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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Kasik Oyunu ou Dança das Colheres

Por conta de uma pequena assessoria que eu dei a uma jornalista, tive que estudar e acabei gerando o texto abaixo sobre a Dança das Colheres. Infelizmente, não consultei ninguém em especial, mas a pesquisa pela internet que fiz foi a mais crítica possível. Não é muita coisa, mas acho que já pode orientar muitas bailarinas. Espero não estar passando nenhuma informação errada e caso isso aconteça, me corrijam!

Kasik Oyunu ou Dança das Colheres

A animada música folclórica turca originou-se na Ásia e é um forte contraste à refinada música clássica turca oriunda da corte otomana. Até recentemente, a música folclórica nunca tinha sido escrita e foi mantida viva graças aos 'asiklar' (trovadores).

Cada região da Turquia tem sua própria dança folclórica, cada uma com suas roupas e adereços exclusivos da região a que pertencem, assim como qualquer país possui suas regionalidades. Existem seis principais “famílias” de danças folclóricas turcas, que são o zeybek, halay, horon, bar, karsilama e kasik. Este último requer um utensílio nas mãos: as kasik, colheres de madeira cujo barulhinho parece o de castanholas e enriquece a música. São principalmente danças herdadas das tribos nômades da região central da Anatólia.

A dança das colheres (Kasik Oyunu, em turco) é uma das danças folclóricas e surgiu na região de Silifike na Anatólia, sendo famosa na Turquia porque os instrumentos vieram da Ásia Central. Essa dança é executada de Konya à Silifike e consiste em homens e mulheres ricamente trajados batendo as colheres de pau que possuem nas mãos, seguindo o ritmo da música, tocadas quase como castanholas (duas colheres em cada mão). A Bambuteya é realizada apenas por homens, com colheres de metal, e são usadas somente duas colheres, compartilhadas por ambas as mãos, onde as colheres são batidas também no corpo para tirar a sonoridade do "instrumento". As danças folclóricas pontuam e colorem as ocasiões mais importantes da vida social na Turquia como nascimentos, circuncisões, idas e voltas ao serviço militar e principalmente os casamentos.

As colheres utilizadas atualmente são de madeira e tem uma forma diferente, própria para a Dança das Colheres. O figurino também é específico desta dança.

Não podemos esquecer que na Turquia uma grande parte da tradição musical foi herdada e conservada graças aos mosteiros sufis, cujos membros seguem uma concepção mística e esotérica do Islam. Para eles, o que prevalece é a relação pessoal de cada individuo com Deus e nesta relação o que importa é somente o amor e o respeito, ou seja, o individuo deve se despojar de todos os valores e ambições materiais; daí o nome de dervis (“derviche”), que em turco significa “pobre”, ou seja, o individuo desprovido de interesses terrestres e pequenezas.


Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 9 de maio de 2009

Sobre fusões com Dança do Ventre

Como fui criada com uma professora mais "tradicional", em termos de performances, durante meu tempo como aluna, não pude experimentar muitos movimentos modernos ou até mesmo estudar fusões. De qualquer maneira, não acho que isso seja necessário para a formação de uma bailarina profissional em Dança do Ventre.

Creio que, por conta disso, eu tinha um pouco de preconceito com músicas modernas, pop árabe e fusões porque não via muito sentido em misturar as coisas. Como não tenho formação em Dança Contemporânea nem Ballet nem Jazz, também acho que isso ajudou muito a construir essa opinião.

O tempo passou e, aos poucos, fui aceitando as danças modernas árabes e fusões. Acho que isso é uma evolução em termos profissionais, pois eu passei a ver beleza nessas performances. Mas, sinceramente, ainda é muito difícil ver fusões realmente bonitas. O que quero dizer com bonitas? Fusões harmoniosas, que misturam técnicas das duas danças escolhidas, com figurinos e músicas apropriadas a uma fusão. A impressão que tenho é que a maioria esmagadora das danças com fusão apenas pensam na música e um pouco no figurino.

Para mim, uma fusão bem feita, é aquela que você vê que a bailarina se preocupou em estudar um pouco além da dança escolhida (além da DV) para incluir esses elementos de forma harmoniosa com a música, figurino e com os movimentos de DV propriamente ditos.

Tem gente famosa que só porque pegou um tango, uma indiana ou um flamenco e dança como se fosse DV e mais nada, chamando aquilo de fusão e todo mundo acha que é uma fusão porque ELA fez aquela fusão.

Catei uns vídeos para exemplificar um pouco o que acho ser fusão bonita. Se eu estiver errada com conceitos, por favor, me digam. Minha opinião de hoje é reflexo de tudo que já vi e vejo em termos do que as pessoas chamam de "fusão".

Esse vídeo é um exemplo maravilhoso de como é possível fusionar uma dança tradicional, no caso indiana, com a Dança do Ventre:


Esse vídeo em termos de qualidade técnica, não achei grandes coisas até porque é realizada por muitas alunas, mas a idéia de Tango fusion que tenho seria o que elas mostram:


Apesar de não ter gostado assim tanto dos quadris dela, adorei esse "flamenco árabe". Linda música, bonito figurino e ela usou elementos das duas danças de uma maneira harmoniosa:


Você gosta de dançar ou ver fusões com Dança do Ventre? Por quê?

Bauce kabira,
Hanna Aisha