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domingo, 12 de julho de 2009

Dança Zar

Texto revisado e reescrito em 16/09/2018

A dança Zar, quando vai pro palco, entra naquela categoria de Folclore/Danças ritualísticas, assim como a Tamboura. É uma dança que representa uma cerimônia de cura psicológica e espiritual egípcia, que também é praticada em outros lugares do leste e norte da África.

O ritual Zar não é sancionado pelo Islã (por ser ligado à "magia") e costuma ser praticado em casa para as mulheres, enquanto os homens atuam apenas como músicos ou ajudantes nos sacrifícios. O ritmo ayoub é usado para promover o transe desta dança, também presente em outros rituais afrorreligiosos, como o candomblé.

O local é defumado primeiro (bohour), o espírito (djinn) "pede licença" ao líder espiritual, que dará início à cerimônia, propriamente dita, que pode durar algumas horas. O líder escolhe a música e o ritmo, de acordo com o desejo do djinn. Através do ritmo, lentamente, elas movimentam a cabeça, jogando os cabelos, até entrarem em transe e caírem no chão em frenesi, para assim, se libertarem dos espíritos ruins. É considerado uma dança de cura através da conciliação dos espíritos em seu corpo.


Existe todo um aparato para a realização deste ritual, como a roupa branca e o perfume da mulher que entrará em transe, até sacrifício de animais (desde galinhas até camelos) que serão consumidos pelos participantes. Logo, entende-se que o Zar, como ritual, é algo bem diferente daquele praticado para o palco, pois carrega simbologia e religiosidade fortíssimas, que não devem ser menosprezadas. Esse documnetário é ótimo e fala dessa prática no Irã:


Então, caso queira representar essa faceta do folclore árabe, perceba como utilizar os passos e o corpo, marcando o ritmo ayoub, sem intenção ritualística. Aqui, um vídeo que eu gostei muito da Bella Saffe (BA):


Fontes: Dança do Ventre Brasil, livro "Folclore Árabe - vol 1", de Luciana Midlej e Melinda James.

Bauce kabira,
Hanna Aisha