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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Dança Said

Post revisto e reescrito em 26/06/16

Vamos relembrar uma dança e um ritmo muito conhecidos... a dança Said.

O tahtib é uma arte marcial tradicional masculina, talvez  a mais antiga conhecida, com origem no sul do Egito, como nossa capoeira, que acabou inspirando uma dança:


Homens egípcios têm sempre consigo um longo cajado para reunir rebanhos, caminhar e se proteger. Essa dança é uma falsa luta iniciada pela música em que os homens se pavoneiam e mostram através da postura e acrobacias, sua força, atacando e desviando dos golpes de acordo com a música. A guerra também é representada pelos bastões e com homens dançando somente:


Hoje, as mulheres, numa versão mais suave, também realizam esta dança, conhecida no Brasil como "Dança da Bengala ou Dança do Bastão" – Raqs Assaya. O grande criador dessa dança foi Mahmoud Reda, que se inspirou na cultura said e nas ghawazee que eram contratadas para as festas said, já que mulheres said não podem dançar.


Nessa versão feminina da dança, as mulheres fazem movimentos graciosos e charmosos, omitindo a força, misturando passos inspirados no tahtib e no Reda. Elas devem controlar o bastão ou bengala (que é muito menor que o dos homens) sem esforço e com habilidade, usando-o como uma moldura para seus movimentos corporais ou equilibrando-o. Algumas pessoas não curtem a ideia de dois bastões serem usados pelas mulheres pois é um símbolo de guerra, luta.

Maira Magno (SE), dando uma aula literalmente: 


O figurino do homem é uma galabya com manga comprida e um turbante na cabeça. Para as mulheres, essa galabya pode ganhar ares mais modernos, com lenço no quadril e faixa na cabeça, com ou sem véu. Não existe muita regra sobre cores e estampas, mas normalmente, são lisas.

E o tal said libanês? Existe uma pequena confusão no meio bellydancer que eu, inclusive, contribui para isso aqui no blog há um tempo atrás e, por isso, recebeu um post só sobre ele. Resumindo: o que existe são os dabkes modernos libaneses, que também podem ser dançados com o bastão:


O que pode acontecer é alguém ensinar que o ritmo said pode aparecer nas músicas de dabke, mas  isso não quer dizer que você pode dançar o Raks Assaya.

Fontes: Anotações pessoais de aulas com professores variados (Luciana Midlej, Maira Magno, Téo Versiani, Tufic Nabak) e DVD de Said da Munira Magharib.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

8 comentários:

  1. Esta questão da dança com dois bastões é um pouco controversa... Mesmo não sendo indicada eu aprecio bastante e acho que para palco funciona muuuito bem, pois podemos mostrar nossas habilidades... Mas se a cultura diz que não, num momento em que a tradição é primordial, não usaria também. Bjs!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A melhor aula de saidi que já tive até hoje foi com a Samya-Jú. Super indico!
    Adoro o estilo, mas confesso que ainda estou longe de conseguir honrá-lo da devida maneira.
    Adorei o post!
    Beijocas!

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  4. Oi Hanna.

    Não tenho base pra falar de 2 bastões, mas devo confessar que acho LINDO - principalmente quando a dança é executada com aquele vigor e o máximo de agilidade. Aqui em São Paulo, a melhor nesse quesito é uma bailarina que não é muito conhecida, mas é mestra em bastões que é a Mônica Ferro.

    Amei muito a música que você dançou - pra mim pareceu ser do Farid el Atrash, é mesmo?

    Beijoss

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  5. Pode usar sandália na dança com bastão

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    1. Olá! Nunca ouvi isso, que tipo de sandália? Porque pode sim dançar de sapato, tanto dabke com ou sem bastão. Dança do bastão feminina, não lembro de ter visto, mas dependendo do contexto/ideia, não vejo problemas não.

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