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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Em 2012...

Por esses dias, relendo minhas velhas revistas de DV (haviam revistas que a KK e Luxor produziram para banca de jornal muuuuuito antes da Shimmie aparecer), encontrei o famoso texto de Jorge Sabongi sobre as "Fases da DV". Lendo aquilo, me parece que ele conta os anos de dança e não de carreira. Anyway, não é que me identifiquei certinho?

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10 anos (faço 12 anos de DV em 2012 - não de carreira, veja bem)

Amadurecimento e respeito pela arte
É o momento em que se atinge o primeiro platô de sabedoria. Percebe que ainda não aprendeu absolutamente nada do que existe neste manancial de cultura e começa a respeitar mais seu corpo e seu aprendizado. Percebe que a estrada é mais longa do que imaginava e agora a incorpora para sempre. Já faz parte do seu sangue conviver com o aprendizado da dança. A humildade começa a aparecer e fica difícil a convivência com as iniciantes que se encontram na fase do desequílibrio com o ego.

Procura incessante por novas fontes e maneiras de dançar
O prazer agora, mais do que nunca, está na descoberta do que durante tantos anos esteve oculto: o conhecimento. Encontra as respostas para muitas atitudes de antes e com tudo que toma contato percebe um sentido melhor, pois já teve oportunidade de sentir e compartilhar pessoalmente no passado.

Equilíbrio artístico e definição de métodos de ensino
Já não faz tanta diferença como os outros pensam ou como o mercado reage às suas investidas. Desenvolve seu trabalho procurando sempre ferramentas para aprimorar seus métodos para ensinar, passar a frente tudo o que aprendeu. O aprendizado e o aperfeiçoamento agora importam demais para si.
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Obrigada à todas as oportunidades que apareceram para mim em 2011! Às bailarinas que me convidaram para seus eventos, ao público que foi no Zahra Sharq ou que foi me ver dançar em outro lugar, avaliações, prêmios, aulas particulares, workshops e principalmente às minhas atuais alunas (Liliane, Selena, Vanessa e Jeanne e, agora, Kamilla e Morgana que retorna em breve - são poucas mesmo!) que me permitem continuar estudando com regularidade e desenvolvendo minha criatividade.


Espero ser uma pessoa e uma bailarina melhor em todos os sentidos ano que vem e que eu possa continuar tentando contribuir com alguma coisa nesse nosso pequeno mundo de lantejoulas.

Abrindo turma nova para INICIANTES

OBS.: Já repararam no layout novo? Agora do lado esquerdo superior, existem abas com as parcerias, selos, eventos que eu indico e meu perfil do blog. De vez em quando, passa lá também!

Bauce kabira e feliz 2012!
Hanna Aisha

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Desconstruindo leituras (6)

Divulgado no blog da Adrielli Brites, eu roubei descaradamente porque esse video merece ser divulgado por ser um PRIMOR em harmonia. Olhando esses videos, eu fico pensando em como falta tanto para chegarmos lá como classe artística de respeito, hein? Mas acho que isso é assunto para um post só.


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 4 de dezembro de 2011

A pressa da profissionalização em DV

Profissionalizar para quê? Para dar um workshop com os movimentos da Randa Kamel e os giros da Lulu? Até onde isso é contribuição original?

Levei 7 anos para ter coragem e assumir a responsabilidade de ter um DRT e me responsabilizar por mim mesma, sem ninguém me apoiando e coordenando diretamente por trás (como existe né, a gente sabe). Eu fico impressionada com a pressa que as meninas têm de se profissionalizarem em DV.

Não que eu não ache isso importante; é sim e nem acho que sejam necessários 7 anos, depende de cada uma. Fazer uma faculdade de dança, sindicalizar, fazer cursos sérios de profissionalização, aula regular... deve ser buscado!

Reforço o tema do post: por quê a pressa? Para ganhar R$ 50,00 em um restaurante e colocar suas fotos no Facebook?

Só porque sua mãe, amigas e amigos, parentes ou qualquer pessoa diz que você está dançando muito bem (o que pode muito bem ser verdade, não estou questionando isso) NÃO QUER DIZER que você esteja preparada para nosso tão amigável mercado de dança do ventre.


De preferência, após a supervisão de uma profissional e um estágio razoável na presença da mesma. Por que não estágio? Se médico leva dois anos de residência para ganhar a especialização por que você não pode se preparar melhor? Ou você acha que é só ensinar as mãos, oitos e montar coreografia? A responsabilidade de ter corpos em suas mãos é tão grande quanto sua atenção ao psicológico das alunas. Fooooora, a questão do que chamo enrolation society. Sem enrolação, please, dê aulas com "sustância".

Apresentações
Geralmente, se começa por elas e costuma ser um bom indicativo: festivais, concursos, festa da escola... até se chegar nos restaurantes, shows e apresentações particulares. Essa é a parte que nosso ego é mais massageado, pois quase todas as pessoas irão te elogiar. O que não quer dizer muuuuita coisa assim, principalmente de onde vierem os elogios.

Workshops
É bem diferente de aula, pois você tem um tempo limitado para explorar assuntos pontuais. Ninguém te prepara para isso, apenas a experiência de participar de workshops/cursos e de prepará-los. Eu, particularmente, me sinto novata nesse aspecto mas não tem por onde ir a não ser fazendo com bastante cautela, carinho, atenção e ESTUDO.

Relações sociais com suas colegas de profissão
A pior parte; é a que dá mais trabalho em cultivar. Por quê?
Porque nem todas querem receber críticas.
Porque algumas têm medo de perder alunas para você.
Porque algumas se acham mesmo, é da personalidade.
Porque só chamo para dançar quem me chama para dançar, independente da qualidade técnica.
Porque ela tem selo e você não.
Porque seu figurino não é de uma grife legal.
Porque se fofoca demais sem necessidade.
Porque as escolas não se misturam.
Porque sua aluna falou mal da outra professora.
Porque nunca sou chamada para nada.

Quantos "bafos" você escuta regularmente?
Boas professoras nem sempre são boas bailarinas ou coreógrafas e essa relação é um grande vice-versa. 

Quando decidir se profissionalizar, pense em todas essas responsabilidades que você automaticamente irá receber com ou sem DRT, mesmo não sendo minimamente qualificada em alguma delas (temporariamente, se espera).

Eu já errei como aluna e continuo errando, mesmo sendo hoje profissional. Como quase todas nós. Todas cometem deslizes. Até para quem escolhe uma posição mais reservada, existem consequências. Mas, repetir erros, não dá.

A questão aqui é procurar refletir sobre que objetivos você tem ao ser bailarina profissional ou ao se projetar como uma. Pois, a partir do momento que escolher a profissionalização, a cômoda posição de aluna deixa de existir e você passa a se responsabilizar por tudo que fala e faz. Até por ouvir e decidir esquecer ou não.

Quer ler mais sobre isso?

Bauce kabira,
Hanna Aisha