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domingo, 23 de junho de 2013

Espaço da pupila (1) - por Priscila Solon

Cia Zahra Sharq - minhas alunas em 2012
Olá, queridos leitores!

Resolvi abrir essa coluna nova no blog chamada "Espaço da pupila" para dar voz a esses seres empolgados, ansiosos e que nos dá orgulho, os quais lidamos regularmente. Paulo Freire não gosta da palavra "aluno" pois significa literalmente, "aquele sem luz". Concordo com ele! Mas parece que existe uma etimologia equivocada com relação a essa palavra. Pensei em colocar aprendiz (mas somos todas), estudante (parecia de faculdade), educando (como o Paulo usa, mas não acho que educamos no sentido que ele se refere), orientanda (parece pós graduação)... cheguei a pupila! Carinhoso e não é pejorativo nem formal.

A ideia é dar voz para esse público que nos mantém trabalhando e estudando; no meu blog, ele consta de 50% dos leitores. E sim, elas podem MUITO nos ensinar e nos dar lições.

Se você é pupila de alguém e está a fim de falar sobre alguma coisa relacionada à dança, manda seu artigo, junto de uma foto sua de rosto. O tema é livre e pode enviar fotos e vídeos. Obviamente, o tema passará pelo meu crivo pois o blog ainda é meu, né, gente e não posso divulgar coisas que eu radicalmente sou contra.

hannaaisha00@gmail.com

Os textos não serão mexidos em uma vírgula e o conteúdo do texto assim como a forma em que ele foi escrito, serão de responsabilidade do(a) autor(a). Se o(a) autor(a) permitir, divulgarei o email para que vocês, caso queiram, escrevam direto para ele(a).

Espero por seus artigos!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

O tempo é relativo

Sabemos que existem diversos “formatos” de apresentações de dança do ventre: as bailarinas se apresentam em restaurantes, mostras, espetáculos, shows, eventos (festas de casamento, empresariais, familiares...), feiras culturais, festivais, hotéis e etc.

O fato é que independente do evento, quando chega a hora de se apresentar em público, vem aquele friozinho na barriga acompanhado de muitas expectativas.

Em relação a espetáculos e shows, pela minha limitada experiência em dança do ventre, após mais ou menos 10 apresentações, ouso dizer que o público que não tem admiração pela dança do ventre, não está preparado para apresentações com mais de 1h. Isso é diferente de um restaurante, por exemplo, onde as pessoas vão porque gostam. Boa parte do público de shows e espetáculos é formada por familiares, que muitas vezes são indiferentes à dança do ventre e só vão para agradar uma pessoa querida que vai se apresentar. 

Posso parecer um pouco egoísta, mas prefiro estar entre as apresentações que se concentram no meio do espetáculo/show porque dá tempo de curtir o friozinho na barriga nos bastidores e o público ainda estará receptivo. Do meio pro final, já observei, as pessoas começam a sair de fininho, pelos mais variados motivos.

Analisando sem o sentimento "bailarinístico" e sem a visão cruel do público, só vejo que precisa haver entendimento ou compreensão entre as partes para que ambos saiam felizes dos espetáculos:

Aquelas alunas frequentam as aulas, marcam incansáveis ensaios extras, superam suas dificuldades físicas, financeiras, psicológicas e quais mais tiverem pra estar ali. A roupa brilhante no palco demorou a ser feita, foram provas e mais provas até ficar boa e completar o bordado, ás vezes feito por elas mesmas. Querem superar seus limites, fazer uma boa apresentação, agradar suas professoras, passar emoção e mostrar a sua arte. Aguardam sua vez de entrar em cena, ansiosas.

Por outro lado, aquela parte do público composta por familiares e amigos, muitas vezes não compartilham do mesmo gosto que a aluna, não gosta de música árabe, não se interessa e a gente tem que respeitar. Gosto é gosto. Mas eles acabam indo pra assistir uma só pessoa num universo de, por exemplo, 20 apresentações, entre grupos e solos amadores e profissionais se revezando no palco. Algumas pessoas que deixam de ir não pelo preço, dia ou lugar, mas pelo tempo de duração. Outras vão assistir com foco total em uma bailarina e quando as outras se apresentam individualmente ou em grupo, a pessoa não aplaude, não bate palmas durante a música mesmo com a bailarina pedindo, não interage com o espetáculo, olha celular e outras bizarrices mais. É sério. Durante uma apresentação em grupo em um show, decidi encarar as pessoas porque tinha muito medo disso e me apresentava olhando "pro nada". Escolhi o pior momento. As pessoas mais próximas do palco estavam emburradas, sérias, como se estivessem ali obrigadas. Assistindo o vídeo depois, não só eu sorria, todas as outras grupo no palco também sorriam. Só vejo 3 motivos para o aborrecimento das pessoas ao pé do palco: ou foram obrigadas a estar ali ou quem foram ver já tinha se apresentado ou estava demorando a se apresentar. Enquanto assistia às outras apresentações, pude notar o companheiro de uma bailarina assistindo jogo de futebol no notebook enquanto as apresentações rolavam no palco. “Pode isso, Arnaldo?”

Desde criança fui ensinada que quando uma pessoa está falando, seja professor, palestrante, ou se apresentando numa peça, show, etc. eu deveria no mínimo prestar atenção e não desrespeitar sendo indiferente ou tirando atenção das outras pessoas, mesmo que sem querer. Então, quando vou me apresentar, espero que as pessoas sejam no mínimo, educadas. Não precisa gostar. Precisa ser educada.

Outro dia, li uma frase onde a bailarina dizia mais ou menos que preferia deixar o público com gostinho de quero mais do quê cansado e aliviado ao final de sua apresentação. E eu concordo. Não vejo “necessidade” de uma apresentação durar 10 minutos seguidos, em um espetáculo com outros 25 números, convenhamos, fica cansativo pra quem assiste e muitas vezes nem conhece a bailarina. É diferente daquelas fãs de carteirinha que ainda acham pouco.

Não façamos do espetáculo um sacrifício, pra ninguém. O tempo é relativo: enquanto a aluna ou até mesmo a profissional acha que dançou pouco e que o tempo passou rápido, o público pode achar muito cansativo. A dança também é pra ele, e com certeza ele presta muito mais atenção em 3 minutos do quê em 10 minutos seguidos.

Priscila Solon é aluna da professora Hanna Aisha e faz aulas de Dança do Ventre há 3 anos.

sábado, 15 de junho de 2013

DVDs de Dança - parte 3


Queridas leitoras,

Todos já perceberam que eu adoro a Elis Pinheiro; ok. Mas venho recomendar o DVD dela porque eu realmente gostei! Ela tem um estilo mais contemporâneo (que apesar de eu não ter, ainda assim adoro a dança dela) e, por isso, elementos que não estamos acostumadas a ver que podem dar um toque diferenciado nas suas performances.

Ele é dividido em 4 partes: Habilidade para lentos, Estudo de tremidos, Técnicas para tronco e Técnicas para braços.

Quem já fez aula com ela, percebe o quanto ela é extremamente técnica e explica cada movimento com muito detalhe. No DVD, não é diferente; é bastante didático e com espaço para você exercitar. Ela orienta bastante sobre a postura durante as explicações dos movimentos. Além disso, contém 4 performances dela. Abaixo, o teaser do DVD:



Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 8 de junho de 2013

Roupas de Dança do Ventre "caseiras" (2)

Queridas prendadas e não prendadas,

O post, de longe, mais acessado desse blog é sobre roupas de DV caseiras. Isso me indica que existe uma necessidade muito grande de economizar, já que as roupas dos ateliês estão caríssimas!

Passei a ser uma adepta frequente porque eu mesma percebi que eu não podia ter roupas novas sempre que eu quisesse, pois eu não tinha dinheiro para isso. Só não faço mais roupas porque, de vez em quando, compro algumas prontas. Mas tem gente que faz suas próprias roupas direto e eu dou um super incentivo. O motivo é óbvio: é MUITO mais barato e fica personalizado, do jeito que você quer, principalmente as folclóricas (a foto ao lado é das minhas alunas usando uma roupa baladi que minha mãe costurou, com os panos que elas escolheram).

Essa roupa fui eu quem desenhou e minha
mãe que costurou
Mas não vim aqui para falar novamente sobre isso, mas sobre reformas de roupas de DV. Acredito que a maioria esmagadora prefira vender suas roupas mais velhas (aliás, prática que também sou adepta e também apoio - vender e comprar roupas usadas), mas eu também reformo aquelas minhas que não estou gostando mais ou as usadas que comprei.

Você pode pedir pra mesma costureira que faz suas roupas para reformá-las. Provavelmente, sairá ainda mais barato que mandar fazer uma nova. Minha mãe quem as reforma, então não tenho muita ideia de preço. Mas nem teria sentido se fosse mais caro, né...

Quando vale a pena reformar uma roupa? Eu diria que vale a pena quando você gosta muito dela e não quer se desfazer ou você comprou bem barato uma usada. Você pode transformá-la, a ponto de talvez nem reconhecerem. Aliás, quem fica prestando atenção nesse troço de roupa repetida é mais a gente mesmo! Além disso, às vezes, vale a pena reformar uma roupa que você quer vender, pois dá para manter um preço legal e você ainda agrada a compradora pela qualidade do produto vendido.

A roupa original "antes",
que foi feita pela minha mãe também!
"Ah, mas não sou nem um pouco criativa!" Não tem problema. Selecione fotos de roupas pela internet e mostre para sua costureira, ela certamente te dará ideias! Se você preferir porque está insegura com a costureira, pode pedir a alguma grife de roupa de DV que faça isso por você, mas aí já não sei se o preço sairá tão em conta...

Mudar o formato da saia, adicionar tecidos, aplicar strass ou cristais, trocar peças velhas... tudo isso, com certeza, sai por menos de R$ 100,00 e dá uma outra cara. Abaixo, um exemplo de uma roupa reformada pela minha mãe:

Cai dentro do bordado, menina! A gente sempre fica feliz com o resultado de uma criação nossa!

Bauce kabira,
Hanna Aisha