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sábado, 27 de julho de 2013

Desconstruindo leituras (14)

Teve gente que não curtiu esse shaabi; cara, eu adorei. Não pelo figurino e nem pelo exagero dos movimentos, mas pela felicidade e segurança dela no palco. Acho que fez tanta diferença... se ela quis contagiar, ela conseguiu comigo.


Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 20 de julho de 2013

Gatos & Bellydancers

Post a pedido de Nitya Montenegro

Desde que eu adotei 2 gatinhas (essas aí na foto ao lado, Hob e Nur), não só descobri que o mundo ama gatos, sendo mais comum que eu imaginava, como BAILARINAS de Dança do Ventre comumente terem gatos. Eu arriscaria a dizer que gira em torno de 70% das mesmas. Coisa de maluco, eu não tinha a menor ideia. Daí resolvi procurar saber se existe uma relação entre gatos e bailarinas orientais.

Gatos (Felis silvestris catus) eram conhecidos no Antigo Egito como "mau" e a origem desse nome não é clara, mas alguns acreditam que exista referência onomatopoiética com o som que eles emitem (meow). Baseado em comparações de DNA de espécies vivas, parece que eles foram domesticados há 10.000 anos atrás no Oriente Médio porque eles caçavam ratos (protegendo seus estoques de comida) e cobras. Eles se tornaram um símbolo de graciosidade e equilíbrio. O deus Mafdet simbolizava a justiça e a deusa Bastet simbolizava proteção, fertilidade e a maternidade e eram representados por um leão e um gato, respectivamente. Gatos podiam ser mumificados e dados como oferenda à Bastet. Uma inscrição no Vale dos Reis, no Antigo Egito diz:

"You are the Great Cat, the avenger of the gods, and the judge of words, and the president of the sovereign chiefs and the governor of the holy Circle; you are indeed the Great Cat."

Os gatos são vistos de forma diferente por cada cultura, podendo ser associados à má ou boa sorte.

E de onde vem o mito das sete vidas dos gatos? 

Esta lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida. Outro fator também responsável por essa crença é que, ao caírem de grandes altitudes, os gatos quase sempre atingem o solo apoiados sobre as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de equilíbrio, permitindo-lhes girar rapidamente usando a cauda como contrapeso. Quando abandonados em áreas remotas, distantes da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. Isso faz com que eles sejam frequentemente vistos como animais resistentes, dotados de várias "vidas". Acredita-se que esta lenda esteja ligada à Idade Média, quando se imaginava que as bruxas se associavam aos gatos, principalmente aos pretos. Em 1584, no livro Beware the Cat (Cuidado com o gato), do escritor inglês William Baldwin dizia que "é permitido às bruxas possuírem o corpo do seu gato por nove vezes". Outro inglês, John Heywood, reuniu, em 1546, uma coletânea de provérbios, dos quais um dizia que "a mulher, assim como o gato, tem nove vidas". Um outro provérbio inglês diz: "O gato tem 9 vidas, com 3 ele brinca, 3 ele perde e com 3 ele fica". Já os árabes e turcos nada tinham contra os gatos (Maomé vivia cercado deles) e seus provérbios falam em sete vidas. É provável que tenham passado essa versão para espanhóis e portugueses na ocupação da Península Ibérica. A partir de Portugal, o mito das sete vidas felinas logo chegou ao Brasil, onde é muito popular.

E as bailarinas de Dança do Ventre, por que gostam tanto de gatos?

Não sei, continuo a não enxergar um relação direta. Se eu tivesse de arriscar, eu diria que a independência e mistério sejam importantes atrativos, além de serem animais esbeltos e carinhosos. Perguntei à Rafaela Alves, dona da Sofia, por que ela tem gato: "Na casa da minha avó, durante toda minha infância e adolescência, convivi com gatos e cachorros. Confesso que gostava mais dos cães, até que um gato muito especial da minha avó resolveu que eu era sua dona. Ele foi me conquistando aos poucos, começou a vir todas as vezes em que o chamava, todas as vezes em que eu chegava em casa ele estava me esperando na varanda e pulava no meu colo, aí não resisti. Me encantei por esse animal tão fascinante, que consegue unir inteligência, doçura, perspicácia e elegância. Com dois anos, meu gatinho morreu e fiquei sentindo muita falta. Então, quando fui morar sozinha, resolvi arrumar um gato. Aí, Deus me deu a Sophia de presente. Ela foi encontrada pelo meu sogro abandonada pequenininha em uma fazenda. Eu cuidei dela e já estamos juntas há 4 anos. Com a convivência diária, minha paixão pelos gatos só aumenta, pois além de espertos, independentes e brincalhões, eles mostram doçura e lealdade a quem sabe amá-los. Aquele ronronar derrete o coração de qualquer pessoa! E acho que os bichanos conseguem transmitir todo seu amor com um simples olhar, com um toque. E, pensando  o motivo de muitas bailarinas possuírem um gato, vejo muitas semelhanças entre nós e os bichanos, pois ao dançar, temos que demonstrar elegância de movimentos. Às vezes, precisamos ser mais sérias e introspectivas e outras vezes, brincalhonas, sem nunca deixar de passar ao público, com nossos gestos e nosso olhar o amor pela dança".

E você, o que tem a nos dizer sobre seus peludinhos?


Bauce kabira,
Hanna Aisha

sexta-feira, 12 de julho de 2013

III Leila fi Hátor

Olá, queridos leitores!

Com muito prazer e alegria, venho aqui divulgar o convite feito pela minha amiga Elaine Rollemberg para ministrar um workshop de Fallahi no III Leila fi Hátor, que será no próximo dia 10 de agosto. Participei das edições anteriores e posso dizer que é um evento gostoso e bem família. O objetivo do meu curso é identificar o que é uma dança fallahi e sair apto para iniciar os estudos e construir futura performance:

- Quem são os fallahi
- Identificação do ritmo e música Fallahi
- Figurino
- Passos característicos da dança
- Pequena sequência para inserir os movimentos sugeridos

Para quem não sabe, comecei a estudar fallahi quando me preparei para o concurso amador do Mercado Persa em 2006 e acabei ficando em 3o. lugar. Depois disso, fiquei conhecida como a "menina que dança tão lindo com o jarro" e como acabei me identificando, passei a estudá-lo mais profundamente e sendo convidada para dançar com mais frequência (tenho alguns vídeos no youtube):


Como humildade está na moda e "ninguém" sabe nada de folclore, também vou me colocar nesse saco. Mas, é possível sim, caso você tenha estudado com e em fontes confiáveis, desenvolver belas performances de folclore, principalmente se sua proposta é apenas cênica e divulgadora da cultura árabe, como é a minha.

Além de mim, Eliza Fari e Samara Nyla estarão ministrando workshops e todas nós estaremos no show de gala que vai acontecer no mesmo dia, à noite, com outras convidadas especiais. Procure mais informações com Elaine Rollemberg (elainerollemberg@hotmail.com), as vagas para os cursos estão acabando!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 6 de julho de 2013

Exposição na internet - o outro lado

Olá, batalhadoras por um lugar ao aol!

De vez em quando, nos esbarramos por aí com algum vídeo mal feito e fotos mal tiradas. E performances duvidosas, tudo pela divulgação! Isso já foi discutido aqui neste blog e em vários outros.

Mas também sabemos que a internet é maravilhosa e que ela pode sim te dar retorno positivo. Trabalhos bem feitos devem ser colocados na internet para conhecimento de todos. Videobooks são uma ideia interessante; eu tenho um, que inclusive hoje, faria de forma diferente, mas a proposta é bem mais simples que os de baixo:



Movimento "Sabemos que você está bem, mas volta se puder, Lu!":


Outra coisa boa de usarmos a internet para a divulgação do nosso trabalho (meu blog é um exemplo) é termos a oportunidade de trocar impressões, conhecer outras pessoas e outros trabalhos, além de receber feedbacks positivos ou negativos que podem, ser quisermos, fazer a gente melhorar. Nesse caso, percebo que o que falta na maioria de nós (e que tem deixado muita gente de saco cheio) é sempre revermos a qualidade do nosso trabalho e de selecionarmos o que vamos expor para o público.

Talvez o que eu vá dizer agora não seja o que a galera gostaria de ouvir, mas é minha opinião: nem todas serão reconhecidas como a Lulu, a Soraia ou a Kahina, não importa sua determinação e/ou qualidade artística. Ter sucesso (no conceito mais popular!) não depende apenas de talento e qualidade, mas sim de sorte, oportunidade, timing, amadurecimento e network. Tanto é verdade que tenho certeza que vocês questionam "Por que essa bailarina faz sucesso e aquela não? A outra é tão melhor!" ou "Por que eu não consigo alcançar meus objetivos como bailarina, o que falta se eu estudo e treino tanto?"

Outro dia, coloquei no Facebook para que as meninas tivessem cuidado com a escolha dos fotógrafos que fariam seus books. Corre-se o enorme risco de ter um resultado ruim, que talvez prejudique a si mesma por conta do trabalho amador. Não basta uma câmera na mão e boas intenções para se fazer um book. É preciso maquiagem boa, iluminação bem feita (aliás, faz toda diferença!), saber usar o Photoshop, fora fazer as fotos em si. 


Meu primeiro book foi feito em 2008 com Rodrigo Braga (SP). O Rafa Guapiano foi meu maquiador, cabelereiro e stylist no dia! Só a modelo que não era profissional! ahahah


Esse é o trabalho é de 2011 e realizado pelo Marcelo Anjo (RJ). Apesar de eu ter sido sua primeira bailarina do Ventre fotografada, sua experiência contou muito e ajudou a fazer esse book, que tá lotado de fotos lindas!

Obviamente, isso custa dinheiro, mas se você quer realmente fazer sua divulgação bem feita, vale a pena juntar um dinheiro e escolher um bom fotógrafo profissional. Temos vários no mercado da dança!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Para dar uma estudada... literalmente (4)

Queridas estudiosas,

Tá vidrada em estudar ou entender tarab? Orit Maftsir dá um show de expressão e emoção nessa performance de Oum Khoulsoum, mesmo sendo israelense... ou o direito de dançar tarab só pertence às egípcias, como muita gente divulga?


Bauce kabira,
Hanna Aisha