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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Fechando mais um ano

Para mim, pessoalmente, 2017 foi um ano estranhíssimo na Dança do Ventre. Pouco produtivo, poucos destaques, poucas novidades. Mas foi um ano em que muitas coisas ficaram mais claras. Minha dança, meus objetivos, meu papel no mercado, o caminho da DV no Brasil.

O que você achou da DV em 2017? Comenta aqui embaixo!

Sobre o destino do blog em 2018: incerto. Muito incerto.

Como eu já comentei aqui, está muito claro o interesse cada vez menor por leitura na internet e cada vez maior por vlogs e textos/vídeos alocados no Facebook. E eu, como vocês sabem, não tenho a DV como única fonte de renda.

Por conta de tudo isso, tenho me dedicado cada vez menos na produção de artigos para cá, infelizmente. Não pretendo fechar o blog nem deixar de escrever, mas não consigo me ver mais organizando textos para publicação regular.

Eu vi esse "abandono" acontecer com diversos blogs/podcast que eu amava e hoje, entendo porquê. Fui persistente e ainda não sei mais se valeu a pena tanto esforço.

Como eu disse, isso não é um fim. Mas, talvez, um pré-fim.

Você ainda pode contribuir para o Espaço da Pupila e/ou com sugestões de temas.

Se você quer continuar mantendo contato comigo, se você ainda não sabe, estou ministrando aulas online. Clica aqui para saber mais! Além disso, vou continuar usando o blog para divulgar meus cursos presenciais. Não deixe de segui-lo ou receber as atualizações por email. Mas se você usa mais o Facebook, curte minha página, que lá eu coloco muito mais que minha agenda! Ou meu Instagram, @hanna_aisha.

Bom, tem alguns anos que eu finalizo o ano com alguma sugestão de vídeo. Apesar de ter achado pouco produtivo, alguns vídeos se destacaram bastante. Foi difícil eleger um para colocar aqui. Mas acho que esse representou muito bem meu gosto por uma Dança do Ventre elegante, bonita, limpa e cheia de conteúdo. Felizmente, muita gente também achou:


Bauce kabira e feliz 2018 para todos nós!
Hanna Aisha

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Desconstruindo leituras (20)

Oi, queridos!

Apresentando mais um vídeo que desconstrói leituras ordinárias, dessa vez eu trouxe a bailarina Bruna Milani (SP), que cada vez mais, na minha opinião, apresenta uma dança cada vez mais autêntica.

Já fiz um post nessa coluna em que a proposta da dança era a mesma, representar o elemento "ar". E é impressionante como a Dança do Ventre cabe muito bem para representar esse elemento, principalmente, se associado ao nosso querido véu.

Nesse vídeo, Bruna, obviamente, maneja o véu com maestria e elegância, acompanhando a leitura da flauta, tocada por seu marido, o músico Mario Alphonso III.

Espero que apreciem bastante, como eu!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Espaço da pupila (3) - por Ingrid Lemos

Peço licença a todas as mulheres Ghawazee, a estas ciganas egípcias, que ao decorrer dos últimos dois séculos, tiveram sua vivência e danças marginalizadas e subjugadas. E que mesmo assim, a sua arte e a dança resistiram através do tempo e se enraizou no que hoje conhecemos como dança do ventre. 

A mulher Ghawazee: ela nunca falou de si mesma, nunca representou suas emoções, presença ou história. É importante considerar que toda a informação que temos sobre a cultura árabe e egípcia, majoritariamente advém do olhar do homem ocidental. São relações históricas de dominação sobre a história de todo o Oriente que refletem até os dias de hoje. 

Por ter um enorme fascínio sobre a história das Ghawazee, fiz desta inquietação o meu trabalho final na faculdade dentro da disciplina e núcleo de Arte e Alteridade. Trago aqui bem resumidamente o que pesquisei. No final da leitura deixarei meu email para quem quiser me contatar e ler este meu trabalho.

Considerando que esta pesquisa, para mim, será algo sempre em construção. E isto só pôde se iniciar graças e através do contato e da troca somente teórica, que tenho com diversas bailarinas brasileiras, mas propriamente do Rio de Janeiro (citadas abaixo), sobre a dança Ghawazzee e sua cultura. E também através de diversos sites e blogs, alguns destas mesmas bailarinas (como o próprio blog da Hanna Aisha ♥). É sobre valorizar as trocas de saberes. 

Meus sinceros agradecimentos às bailarinas: Ana Lucia Mouta, Dária Lorena, Didi Aurora, Hanna Aisha, Nadja El Balady e Thereza de Oliveira.

ESTUDO GHAWAZEE

- Dados sociais e históricos

O povo cigano e suas manifestações culturais se espalharam e refletiram pela Europa, norte da África e pelo Oriente Médio durante séculos através da migração, tendo se iniciado entre os anos de 500 e 1000 depois de Cristo. Os ciganos, conhecidos como povo Roma, provêm da região de Gurajati, estado do norte da Índia. 

Mapa da migração cigana

Denota-se que, os ciganos que desceram pelo Oriente Médio transitaram por muitos séculos a partir, até atingir o Norte da África e por ali ainda se dividiram por diferentes regiões, como Egito, Argélia, Tunísia e Marrocos. Estes que imigraram para o Egito se estabeleceram em algumas regiões do território egípcio, mais propriamente na região norte do Egito.

Considerando que cada família cigana possuía seus costumes e também sua forma de dançar, e justamente levavam como tradição as vivências dentro da música e dança, eis que surgem as Ghawazee ou Ghawazy, que é um plural de “Ghazya” que significa bailarina. A dança Ghawazee é reconhecida como o estilo originário da dança do ventre. O termo Ghawazze referia-se antes especificamente a este povo nômade, mas passou a designar as bailarinas de rua das famílias cigano-egípcias. 

Durante a expedição africana de Napoleão em 1798, embora não se encontre registros oficiais sobre esta informação, conta-se que muitos soldados se dirigiam àquelas manifestações de dança com o termo “Danse Du Ventre”, e foi com este termo que as danças orientais se popularizaram na Europa e até os dias de hoje. Tais manifestações eram realizadas em praças públicas e não raro, as dançarinas Ghawazee se prostituíam também. 

Em contrapartida às Ghawazee, surgem as Awalim (ou já tinham surgido, e só se tornaram populares nesta mesma época. Não encontrei informação oficial datando essa questão), que se diferenciavam por serem cultas, contidas, por cantarem e recitarem poesia a fim de entreter a elite. 

No início do século XX, as Ghawazee da região Delta do Nilo, ao norte do Cairo, se misturaram às Awalin, pois dizer que era Ghawazee era inadequado. Muitos movimentos da dança baladi, vieram desta mistura Awalin e Ghawazzee do Delta do Nilo. 

No entanto, as Ghawazee, por serem consideradas indecentes e impuras, em 1834 proíbem suas performances no Cairo, por pressões religiosas. Então, foram deportadas, junto com famílias, para o sul do Egito. 

A maioria que imigrou para o sul, se estabeleceu na região Said, assim como o povo Nawari. Como expoentes desse povo, nos anos 60 se tornaram muito conhecidas as filhas de Youssef Mazin, por suas apresentações de música e dança típicas Ghawazee da região Said. Nos dias de hoje, são as mais famosas e com quem as bailarinas estrangeiras conseguem maior contato. 

- Irmãs Mazin e estilo Sambouti

Entende-se Ghawazee atualmente, como termo genérico voltado para bailarinas egípcias que dançavam nas praças públicas. De acordo com a bailarina Nadja El Balady, em um DVD da bailarina Aisha Ali. ela comenta que existiam 6 tipos diferentes de Ghawazee em regiões diferentes do Eito. Aos poucos, estes clãs foram se extinguindo e abandonando seus costumes. Atualmente apontam-se dois estilos que foram foi trazidos para o Ocidente, onde podemos ter um estudo teórico mais aprofundado: estilo Mazin e estilo Sombouti. 

Na dança Ghawazee não tem refinamento técnico. Entretanto, pensando a dança para o palco, sem perder sua essência, a principal característica do estilo é a improvisação. Podem ser improvisações solo, em dupla, em roda e em grupos. A dança é marcada por uma expressão alegre e festiva. 

Irmãs Mazin

- Figurino

No figurino é usado uma galabia de qualquer cor, com pastilhas ou lantejoulas bordadas, de assuit (principalmente pelas Ghawazee do estilo Sombouti), ou moedas, e lenços bordados cobrindo os cabelos. 

Detalhe de tecido Assuit

- Ritmos 

Os ritmos mais comuns são os ritmos Said, Laff, Maqsoum e Fallahi. 

- Movimentos da dança 

O estilo Mazin, que veio das irmãs Mazin, indentifica-se com movimentos bem marcados pelos cadenciados, como exemplo, os twists/torsos de quadril e muitos shimmies/tremidos de quadril e de peito, todos bem largos. Já os movimentos sinuosos são pouco usados, utilizam redondos grandes e oitos de quadril. Rababah, Mizmar, Tabla e Sagat, não podem faltar nenhum destes instrumentos. Por terem ligação com a dança e cultura Said, do sul do Egito, e podem incorporar alguns movimentos do Tahtib (dança com bastão). É muito comum usarem como acessórios bengalas ou bastão, girando-os, equilibrando na cabeça etc. 

Kharriya Mazin (foto) é a bailarina mais conhecida deste estilo, por ser uma das irmãs Mazin e por ainda estar viva. 

Já o estilo Sambouti, que provém da região Delta do Nilo, no norte do Egito, sabe-se que é muito difícil conseguir registros musicais autênticos, bem como conseguir assistir a esta dança, pois as Ghawazee desta região não existem mais. O que existem são professores e bailarinos, que não são de origem Ghawazee, onde ensinam e dizem como souberam que eram. Não existe uma fonte genuína. O estilo Sambouti é totalmente construído através da oralidade. Sabe que ao contrário do estilo Mazin, no Sambouti, percebe movimentos de mais mais impacto. Existe uma forte influência beduína, muito provavelmente pela proximidade geográfica. 

- O aprendizado da dança 

O ensino é bem restrito. Poucas professoram dominam de fato e um número ainda menor transmite em aula regular. Geralmente, a melhor maneira para quem deseja aprender a dança Ghawazee é em cursos voltados para a dança folclore. Muitas professoram optam esse método, pois pela “simplicidade” do requinte técnico da dança, no qual os movimentos já são basicamente incorporados na dança do ventre clássica e no baladi. E também pela falta de grande procura, já que é uma dança muito étnica e aqui no Brasil o estilo de dança do ventre clássica ainda é mais popular. 

- Referências

Blog Hanna Aisha: Dança Ghawazee. Disponível em: 
Acessado em: 10/07/2017

Blog Me Khelav: Ghawazee. Disponível em: 
Acessado em: 10/07/2017 

Blog Nadja El Balady – Opinião Alternativa: Apostila de Folclore Árabe. Disponível em: 
Acessado em: 10/07/2017 

Dança do Ventre - Sua História. Disponível em: 
http://www.mundodadanca.art.br/2010/03/danca-do-ventre-sua- historia.html?m=1 
Acessado em: 10/07/2017 

GATLIF, Tony. LatchoDrom. (documentário - 1993). Disponível em: 
Acessado em: 10/07/2017

Povo cigano: o direito em suas mãos. Disponível em: 
Acessado em: 10/07/2017. 

SAID, Edward W. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. tradução Tomás Rosa Bueno. São Paulo. Companhia das Letras, 1990. 

WEB. Khaled Emam: Ghawazee e sua origem. Disponível em: 
Acessado em: 10/07/2017

Ingrid Lemos, 21 anos, carioca e estudante de Artes Visuais. Começou a se aventurar dentro da dança do ventre em 2014, e continua a estudar até hoje. Vem participando de mostras, concursos e eventos como integrante da Cia. Thereza de Oliveira, no Rio de Janeiro. Há um ano se iniciou no aprendizado da dança ATS® e Tribal Fusion com o grupo Loko Kamel Tribal Dance. Contato: ddlemos.art@gmail.com





segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Dança Fallahi

Olá, queridos leitores!
Estava devendo um post sobre Dança Fallahi!

Fallahim = "camponeses" em árabe. A maioria do povo baladi das cidades são fallahim. Eles estão localizados no Delta do rio Nilo, acima do Cairo.

A dança Fallahi tem variações regionais, mas a mais comum é a que se refere à colheita, pois foi difundida pela Trupe Reda. Nos shows folclóricos egípcios, eles costumam aparecer na parte cômica do show, pois eles são vistos como uma "família Buscapé". Uma analogia conosco, seriam os caipiras.


Dentro dessa dança, utiliza-se um vestido bem rodado até o pé com mangas compridas ou não de estampa lisa, listrada ou com motivos geométricos ou florais e com babados. Pode colocar flores na cabeça, véu, pompom.


O ritmo costuma ser o fallahi, que é um maksoum modificado, mais acelerado (ritmo árabe dos camponeses egípcios - dum kaka dum ka - pode ter variações) e binário e os gestos representando o cotidiano como arar a terra, pegar água, cuidar de animais, etc. O Jarro é apenas um elemento cênico, como poderiam ser as flores, o cesto, etc.


Se possível, ao escolher sua música, procure saber a letra, caso seja cantada. Use aquelas em que exaltam seu país ou falam de seu cotidiano, pois são contagiantes e representam a alegria de um povo. É preciso habilidade, equilíbrio e boa expressão facial, pois é uma dança teatral.

Fontes: Anotações pessoais de aulas com Maira Magno, Melinda James.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Qual sua referência?

Olá, queridas e queridos!

Após assistir a essa palestra (grande, eu sei, vê aos poucos) do historiador Leandro Karnal, me inspirei para escrever esse post sobre referências:


Logo no início da palestra, ele diz que o estudante de História deve ler e saber determinadas obras clássicas, gostando ou não das suas ideias porque elas foram revolucionárias e mudaram o rumo da história.

O raciocínio se aplica exatamente à nossa profissão de bailarina de Dança do Ventre. Não importa se você só gosta de dançar derbacke e com espada, wings e rotina, baladi e pop. Se você quer ser uma boa professora e bailarina, você deve estudar, pelo menos, uma vez, todos os temas que circundam a Dança do Ventre, INCLUSIVE, os folclores árabes.

Assim, você ganha um olhar maior sobre sua profissão e te permite ESCOLHER que caminhos seguir com mais consciência, segurança e clareza.

Hoje, eu adoro dançar Fallahi e Mambouty porque me permiti estudar e EXPERIMENTAR NO MEU CORPO esses temas, que, a princípio, eu não estudaria. E o contrário também acontece! Você pode querer estudar determinada coisa e sair DETESTANDO dançá-la.

Outro ponto de vista que podemos tirar da palestra dele é sobre a história da sua profissão. De onde veio, quem foram as pioneiras, como se dão as modas de roupa, qual é a estrutura da música, como a dança evoluiu?

Por fim, quais são suas referências de professoras, bailarinas e músicos? Quem te inspira artisticamente e quem é sua referência técnica? Qual seu objetivo como professora ou bailarina, amadora ou profissional? A gente não consegue ter isso claro se não temos senso crítico embasado em muito estudo, observação e disciplina, incluindo aprender a ouvir a pessoas de confiança.

Enfim. É uma dança que nasceu em um contexto de entretenimento no Oriente Médio e hoje, continua movimentando muito dinheiro, sustentando muitas famílias mundo afora.

Poderíamos falar horas e horas sobre isso. Mas, antes, sugiro que você veja a palestra e, depois, procure uma boa profissional para te orientar, não fazendo você perder seu tempo (e dinheiro), que são preciosos!

Bauce kabira,
Hanna Aisha 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Batwanes bik

"Te contemplo"

Intérprete: Warda Al-Jazira (1939-2012)
Letra: Omar Batisha
Música: Salah El Sharnoubi

A "princesa do tarab árabe" e mesma intéprete de "Fi youm wa leyla", Warda foi a segunda maior cantora egípcia, atrás de Oum Khoulsoum.

Omar foi um importante radialista e compôs mais de 700 letras e Salah foi um autodidata e inovou a música oriental, introduzindo nela ritmos atuais.

Além de "Fi youm we leila", a música de hoje também é super famosa e com inúmeras versões. Warda faleceu há pouco tempo, em 2012. Não há como não ficar arrepiado com ela cantando:


Aqui, você pode acompanhar a letra em português. A Nancy Ajram é ótima e não deixou por menos na interpretação:


Nesse vídeo, Elis Pinheiro faz uma interpretação com seu jeito mais moderno de dançar, cantado por Tony Mouzayek:


Fonte: Revista Shimmie ano 05, no. 30

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Qual a importância de se fazer outro tipo de atividade física, paralela à dança?

Costumo escutar de muitas bailarinas profissionais as seguintes frases: “Caramba, eu dançava 5 minutos de said tranquilamente, agora danço 2 minutos e morro!” ou “Girar sem ficar tonta ou sem me desequilibrar nunca foi tão difícil” ou “Quando acabo de dançar sinto dor nas costas, joelho...” ou "Não tenho mas folego para dançar em restaurante”.

Se a dança do ventre já é uma atividade física, por que é importante fazer mais uma atividade?

Se formos pensar pelo lado de que precisamos fazer uma atividade física por conta da nossa saúde, fazer aula de dança duas vezes na semana seria suficiente para manutenção e qualidade de vida, certo?!

Minha resposta é não!

O nosso maior público de alunos são mulheres, que, ao longo dos anos vão perdendo cálcio, massa óssea, massa muscular, assim como, vamos perdendo, gradualmente, alongamento. Nosso metabolismo também desacelera, facilitando o aumento de peso. Será que só a dança do ventre ajudaria na perda de peso, na manutenção ou no ganho de massa muscular? E o alongamento? E o cálcio e colágeno que perdemos? A dança do ventre consegue repor o que estamos perdendo?

Pergunto a vocês, uma atividade física paralela à dança não ajudaria?

Vou começar a falar da academia que eu sei que a maioria não suportaaaaa! Sinto informar que ela faz bem e seu corpo agradece (rs)! Se fortalecermos nossas pernas (todos os músculos do MMII), estabilizamos os joelhos e isso nos ajudaria no equilíbrio, nos agachamentos que fazemos nos folclores árabes, sem contar (agora é a fisioterapeuta falando - rs) que, fortalecendo as pernas, diminui o atrito articular, ou seja, diminui o desgaste articular que acontece normalmente ao longo da vida. Se a dor no joelho era algo frequente na sua vida, tenha certeza que a dor vai diminuir ou acabar. O treinamento de força máxima na musculação pode melhorar a densidade mineral óssea e desempenho neuromuscular, além de prevenir osteoporose.

Pilates... Ah o pilates! Quem faz se apaixona (sou suspeita pra falar). No pilates, trabalhamos alongamento e força e possui os mesmos benefícios da academia, porém não hipertrofia e essa é a grande diferença entre pilates e academia. Se seu objetivo é ganhar volume, ficar com aquela coxa bem grossinha não é o pilates que você deve fazer. Porém, se seu objetivo é ficar com aquela perna fortinha e definida, vem pro pilates que você vai se dar bem!

Só estou falando de perna né?! Quem não suporta ver o braço mexendo naquele momento master do solo de percussão, levanta a mão! Então, bora fortalecer os braços também, minha gente! 

“Ah, mas eu não tenho força no braço, não consigo levantar 3 kg no halter”. Querida, força se ganha praticando, você não teve que treinar seu shimmie pra consegui soltá-lo? Com o seu braço, vai ser a mesma coisa, tem que treinar.

E o alongamento, Adrielli? Já se perguntaram o por quê de não conseguirem fazer aquele redondo grandão, descendo o tronco, quase encostando a cabeça no chão? Você pode estar com os seus músculos posteriores da perna encurtados e um bom alongamento ajudaria e muito nas suas performances. E o cambrê? Aaaaah, o cambrê! Pra se executar um bom cambrê, é importantíssimo fortalecer os músculos paravertebrais, porque se não estiverem fortalecidos, além da dificuldade de executar o cambrê, tenha certeza que você vai sentir dor nas costas.

Acreditem, fazer uma atividade física em paralelo à dança do ventre só irá trazer benefício a você, além de melhorar ainda mais sua qualidade de vida. A dança do ventre é uma dança incrível, pois nela trabalhamos nossa frequência cardíaca por ser uma dança aeróbica e fortalecemos muito nosso assoalho pélvico, porém ela não é uma atividade “completa”.

Então essa é minha dica para vocês meninas: pratiquem outro tipo de atividade física paralela à dança do ventre e torne a sua dança ainda mais linda!

Adrielli Brites
adriellibrites@gmail.com

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Comecei minha vida na dança aos 9 anos de idade. Aos 16 anos, me sindicalizei e comecei a dar aulas. Tenho formação de jazz, ballet clássico e dança do ventre. Minha paixão pela dança fez com que eu sempre tivesse vontade de aprender mais e, em 2012, comecei minha graduação em dança na Univercidade da Cidade. Só a graduação em dança não foi o suficiente e descobri o quanto sou apaixonada pelo corpo humano e suas inúmeras formas de se movimentar. Hoje estou cursando fisioterapia na Universidade Unisuam.
Atualmente, dou aula de pilates, Neo pilates, Bellyflex e Dança do Ventre.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Aulas à distância: vale a pena fazer?

Olá, pessoas estudiosas de Dança do Ventre e Folclore Árabe desse Brasil e do mundo!

Eu já escrevi um post semelhante sobre aulas à distância. Sim, eu ainda acho que vale a pena estudar através de vídeos e DVDs. Mais recentemente, muitas profissionais estão oferecendo aulas práticas online no YouTube, principalmente, direcionadas para iniciantes. Ou seja, ter aulas à distância (DVDs ou Youtube) não envolvem um profissional de forma presencial.

Esses recursos áudio-visuais são ótimos para introdução a certos temas, assim como para conhecer o trabalho de um profissional; mas sim, eles têm limite. A orientação do trabalho do corpo do estudante, em algum momento, precisa de alguém para corrigir de forma presencial.

Outra questão de ter aulas à distância é como você vai encaixar e aplicar isso na sua rotina. Lembre-se que, mesmo você tendo aulas regulares presenciais com alguém, sem você ensaiar ou estudar, você continua sem poder desenvolver muito.

Não sou a primeira a oferecer aulas à distância. Como eu já disse, já existem muitas profissionais que disponibilizam aulas práticas no YouTube para serem compradas, outras que dão aulas prontas online ou que dão avaliações a partir de vídeos.

Eu mesma faço aulas à distância e já recebi avaliação de vídeos meus. E sim, funciona! Por isso, resolvi também abrir esse canal para atender às pessoas que me escrevem, dizendo que querem ter aula comigo, mas que não moram na mesma cidade que eu. Se você é uma dessas pessoas, vem comigo e tire suas dúvidas!

É um curso à distância?

NÃO, NÃO é curso/workshop pronto à distância.

São AULAS PARTICULARES, DIRECIONADAS e PLANEJADAS para os interessados em ir além das aulas práticas. Ou seja, são EXCLUSIVAS. Os temas podem perpassar aulas teóricas diversas (como folclores, músicas e ritmos, por exemplo), momentos para tirar dúvidas de teoria/planejamento de aula/montagem de coreografia e avaliação de dança/vídeo/coreografias/aulas.

Qual é o diferencial dessas aulas?

Exatamente por não serem cursos prontos. Você precisa me trazer quais são suas maiores dúvidas e/ou interesses em qualquer tema. Daí, vou bolar uma aula em cima disso para que marquemos nosso encontro online. Ou seja, não existe certificação. Essas aulas são para você que:


- Quer aprimorar sua técnica
- Quer suas coreografias/aulas analisadas
- Quer saber mais sobre determinado assunto que você não consegue entender muito bem e não sabe onde procurar ajuda
- Quer saber sobre determinado assunto que você não sabe NADA
- O que vier!

Nem sempre todas as informações sua professora ou a internet irão prover. É claro que eu também não domino tudo que diz respeito à nossa dança! Inclusive, se eu não me sentir confortável em te ajudar com determinado tema, vou te encaminhar para alguma profissional da minha confiança!

Como as aulas serão ministradas?

As aulas serão, a princípio, por Skype e sempre marcadas com antecedência. Mas se você não tem como instalar o Skype, podemos conversar sobre o melhor canal para você (Aqui, um link para você baixá-lo gratuitamente.). Mas se você tem Gmail, o Hangout (já faz parte do Gmail) também pode funcionar bem, assim como WhatsApp. Mas, se você tem outro veículo que permita videochamada gratuita boa, me diga. Se sua cidade tem problema de conexão, converse comigo e vamos arranjar uma solução!

Sou iniciante, posso fazer?

Sim, esse canal serve para qualquer nível de dança, inclusive para não-praticantes.

Quanto custa?

Envie um email que te dou todos os detalhes!

Tenho outras dúvidas, como resolvo?

Quaisquer outras dúvidas, não hesite em perguntar! Me escreve!

hannaaisha00@gmail.com

Além disso, visite meu canal no Youtube e conheça meu trabalho como bailarina!

Espero te ver conectada comigo em breve!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Quem disse que não posso ensinar folclore?

"Se alguém lê um livro sobre leões ferozes e encontra um leão feroz, o leitor passará a ler mais livros do autor. E se o autor ainda ensina como domar o leão feroz e o leitor consegue, o autor passará a ser digno de confiança. Daí, os autores passam a escrever sobre temas um tanto definidos com o sucesso do seu primeiro livro e será impelido a começar a escrever sobre temas que circundam "leão feroz". Estudar um objeto isolado não traz conhecimento amplo. Estudá-lo no seu próprio contexto permite entendê-lo melhor".

Esse trecho é do livro "Orientalismo" do Edward Said, o qual já comentei aqui no blog, e ele resume bem o que é o Orientalismo. 

Também dizem que você só aprende uma língua de verdade quando você passa um tempo no país de origem.

Sabe o que é pior? Concordo com tudo isso. Mas, então, por que eu defendo que o folclore árabe pode ser ensinado por pessoas que nunca foram nos países de origem?

Porque acho que o conhecimento deve ser partilhado e as pessoas podem, pelo menos, serem apresentadas ao assunto.

Eu sou um pessoa muito estudiosa e se eu decido começar a estudar um tema por quaisquer motivos, em algum momento, eu vou parar para me aprofundar, seja lendo ou fazendo aula com alguém que me pareça referência no assunto. E com conteúdo, experimentação e crítica, eu crio e desenvolvo minha percepção sobre o mesmo. Ainda que eu não tenha ido, infelizmente, a nenhum país árabe, me sinto apta a falar sobre o assunto por conta do processo que eu acabei de descrever acima.

Quem já fez aula de folclore comigo sabe que eu não vendo nada como verdade, mas que repasso algumas visões de pessoas que já vivenciaram a dança de mais perto e minha conclusão do momento (do momento sim, porque eventualmente, a visão sobre determinado folclore muda). Sempre digo que aquela aula que estou dando é uma introdução/apresentação do assunto e que, se elas desenvolveram empatia por ele, eu as estimulo a procurarem saber mais, indicando, inclusive, minhas referências no assunto.

Se a gente usar o mesmo raciocínio, quase ninguém poderia dar aula de Dança do Ventre, pois a dança veio "de lá", não é?

Aliás, outra questão para reflexão: só porque você foi para Alexandria e fez aula com o próprio Mohamed El Hosseny, não te torna boa professora ou boa bailarina em Mambouty, certo?

Fiz uma live falando sobre isso:


Logo, quem disse que não posso ensinar folclore?

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Desconstruindo leituras (19)

Oi, queridos e queridas!

A Dança do Ventre é tão maravilhosa, que ela pode ser repensada, reinventada, recriada e gerar excelentes produtos. Já vimos muitas fusões mal feitas (assunto que, eventualmente, volta a ser discutido), mas quantas apresentações diferentes e incríveis já presenciamos? Mas, para realizar uma apresentação diferente, usando a Dança do Ventre como principal linguagem, vai depender quase exclusivamente de você; sua criatividade, referências, técnica e, um pouquinho de orientação, claro.

Adrielli é uma bailarina que, desde sempre, usa uma linguagem mais moderna em suas performances. Mas, dessa vez, ela foi plena, segura e inspiradora:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 6 de março de 2017

Zay el hawa

"Parece com o amor"
Intérprete: Abdel Halim Hafez
Música: Baligh Hamdi
Letra: Mohamad Hamzi

"Zay el hawa" pode ser traduzido como "Como o vento" ou "Como o amor", tem duplo sentido. Mas quando você lê a letra, entende as duas palavras acabam se encaixando, apesar de "amor" caber mais na interpretação.

Abdel Halim era conhecido como "el andaleeb al asmar", o rouxinol moreno. Suas músicas influenciaram muito a vida e revolução egípcias e foi apadrinhado por Mohamed Abdel. Uma curiosidade: ele tinha esquistossome, uma doença negligenciada, muito comum aqui no Brasil também. Uma das inúmeras coisas que Abdel também era, uma delas, era maestro.


Aqui, uma interpretação feita pela cantora egípcia Dina Hayek:


Existem muitas versões dessa música; você, com certeza, já cruzou com alguma delas. Costumamos dançar apenas a introdução e o início da letra. Aqui, a tradução dela para o inglês. Aqui, uma interpretação dançada da música por Anisah (RS):



Fonte: Revista Shimmie ano 04, no. 21

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Dança do Ventre na mídia

Olá, gente!

Iremos tratar aqui de um post, mais ou menos, polêmico: DV na mídia.

Qual bailarina profissional de DV não quer uma chance, que seja de segundos, de aparecer na telinha, em uma novela ou programa famoso? Uma legião de bailarinas tiveram a oportunidade de dançar na novela "O Clone", da Rede Globo, no ano de 2001. Aliás, é INEGÁVEL que a DV tem o nível e o mercado que tem hoje por conta dessa novela. Eu era aluna há um ano e fiquei impressionada com o furor que a novela causou na profissão, de forma irreversível.

Depois disso, outras inúmeras aparições de bailarinas profissionais foram realizadas, em diversos canais diferentes de TV, com ou sem entrevista (aqui nesse link do Central da DV, tem uma série de programas em que a DV foi destaque em programas de TV no Brasil. Vale dar uma olhada!). Eu mesma, tive a oportunidade de aparecer em dois programas: o primeiro em 2008, no "Fantástico" da Rede Globo, onde falamos sobre barriga em DV (!):


A outra aparição foi em 2012, na Rede Record, com a nadadora Daynara de Paula, classificada para as Olimpíadas de Londres e que já tinha feito DV:


Há alguns anos atrás, rolou uma polêmica sobre a aparição de bailarinas de DV em uma despedida de solteiro na novela "Avenida Brasil" da Rede Globo e foi fofoca no Facebook por alguns dias, gerando posts em blogs:



Eu tenho que concordar com esse trecho que a Amar El Binnaz escreveu no post dela:

"O fato é que o estereótipo vende. O jogador de futebol ingênuo e burro, a personal trainer que sobe a calcinha até o cérebro antes de dar aulas, a mulher que pratica dança do ventre pra "pegar homem", a enfermeira particular que mata o patrão pra ficar com o dinheiro, o policial corrupto, o professor pegador, enfim... o estoque de atrocidades que a TV pode praticar com as mais diversas profissões é infinito"

Infelizmente, todas nós já nos submetemos em situações ruins, justamente por conta desse estereótipo. A recém-extinta "Sala de Dança" fez um podcast sobre isso chamado "Micos na Dança".

Então, onde ficamos nessa história? Apesar de, ainda, os contratantes/produtores insistirem em nos colocar em papéis um pouco fora da realidade, hoje em dia, ainda existe uma parcela deles que procura olhar nosso trabalho com valor. O ideal é, tentarmos saber, por antecipação, qual será a situação exata de trabalho, para decidir se você aceitará participar ou não.

Em 2012, fui contactada pela Rede Globo, para coordenar a Dança do Ventre na novela "Salve Jorge" por conta do meu post "Dança do Ventre Turca", mas a carioca Clara Sussekind, que dança na Turquia há muitos anos, acabou coordenando-a com maestria.

Recentemente, duas aparições na TV foram interessantes: a coordenação da cultura árabe da minissérie "Dois Irmãos" da Rede Globo por Cristina Antoniadis (SP) e Tufic Nabak (MG), com ajuda da Elaine Rollemberg (RJ) e a participação, com prêmio, das bailarinas cariocas Zahra Li e Priscila Samah no programa "Legendários" da Rede Record:


Parabéns a todas nós, profissionais da DV no Brasil, que ganhamos com a popularização dessa dança que tanto amamos! Vamos ajudar a construir uma imagem dela cada vez melhor!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 8 de janeiro de 2017

Feliz 2017, já com novidades!

Olá, povo estudioso!

Venho aqui, no primeiro post de 2017, divulgar dois cursos MARAVILHOSOS, os quais estou organizando.

[JÁ ADIANTO] Os dois cursos podem ser feitos por alunos iniciantes.

O primeiro, será em parceria com o Espaço Mosaico, onde teremos um dia INTEIRO de estudo em cima do tema DABKE. Os profissionais envolvidos são estudiosos, preparados e com vivência no tema. Começaremos do começo, passando por Dabke de roda, Zaffe Libanesa e terminaremos com orientações para dança solo.

Será dia 05 de fevereiro de 2017, domingo, de 10 às 17h no Espaço Mosaico, no bairro das Laranjeiras na cidade do Rio de Janeiro - RJ.

Informações no próprio local ou comigo, no email: hannaaisha00@gmail.com

PARA HOMENS E MULHERES DE QUALQUER NÍVEL.

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O segundo curso será realizado em março. Bruna Milani ministrou o módulo I em maio de 2016 e voltará para o RJ em março de 2017 para ministrar o segundo módulo do seu curso Intensivo de véu.

Se você não fez o primeiro módulo (uma pena!), tudo bem. Você pode fazer o segundo módulo! É aberto a todos.

Sobre o curso:
- O curso tem duração de 4 horas com intervalo de 30 minutos
- Inclui certificado e coffee-break

Sobre o local:
- Será realizado dia 12 de março de 2017 (domingo) no Centro de Dança Lóbinoos (Rua Real Grandeza, 313 em Botafogo) de 10 às 14:30h

Sobre pagamento:
- O investimento é de R$ 250,00 (o mesmo preço de 2016)
- Pode ser parcelado em 2x até o mês de março
- Pagamento realizado através de depósito bancário ou pessoalmente comigo (Hanna Aisha), somente

Resumo do segundo módulo
Módulo II: Explorando a espacialidade, agilidade e velocidade com o véu.

1. Transições, giros e deslocamentos: Explorando as transições de um movimento para outro de forma dinâmica; eixo e equilíbrio nos giros e deslocamentos adaptados aos movimentos de véu explorando a espacialidade;

2. Expansão, intensidade, velocidade e variações: movimentos elaborados e criativos; Desenvolvimento de movimentos mais elaborados, rebuscados e expansivos explorando intensidades, velocidades e variações diferentes; aplicação de sequências coreográficas, trabalho criativo e improvisação.

Sobre Bruna Milani
Bruna Milani é dançarina formada em Comunicação das Artes do Corpo, com habilitação em Dança pela PUC/SP (2010), tendo se especializado em dança oriental nos últimos 14 anos por identificação e paixão pela riqueza de possibilidades técnicas e peculiaridades na relação com a música. Ministra aulas de dança do ventre há 11 anos e, nesse período, vem desenvolvendo uma metodologia detalhada de estratégias criativas para ampliar o processo de ensino e aprendizagem. A dança como expressão de ser, estar e se relacionar com o mundo tem sido sua maior motivação. Visando ampliar sua linguagem, aprimora-se constantemente em cursos variados de dança e específicos de dança oriental. Atualmente ministra aulas particulares, workshops e cursos. Faz shows com o Zikir Trio, Yaqin Ensemble, Orkestra Bandida e projetos de pesquisa entre música e movimento ao lado do músico Mario Aphonso III.


Quaisquer dúvidas, pode perguntar!
Vejo você lá!

Bauce kabira,
Hanna Aisha